terça-feira, 11 de agosto de 2009

Agrotóxicos: Brasil na contramão do mundo

No mês de julho, um grande grupo de organizações sociais brasileiras esteve reunido em Brasília para o 3º Seminário Nacional sobre Agrotóxicos, Saúde e Sociedade. Ali, uma impactante denúncia foi verbalizada pelo coletivo: o Brasil é atualmente o país que mais utiliza agrotóxicos em todo o mundo. Em bom português: a parte da produção agrícola brasileira não agroecológica está sob a influência de volumes enormes de defensivos químicos, muito além do que seria aceitável para que nossa alimentação diária não representasse uma ameaça à saúde.

Mas a situação é ainda pior, pois nós nos tornamos aquilo que está se convencionando classificar como a “lixeira do mundo”. Explica-se: o Brasil ainda permite em sua agricultura agrotóxicos que já estão proibidos nas maiores economias do planeta que têm expressão agrícola. Usamos agrotóxicos já proibidos na União Européia inteira, nos Estados Unidos, no Japão, na China e na Índia. E por quê? A razão é muito simples e a mesma de diversos outros graves problemas: o poder desmedido das multinacionais de agrotóxicos sobre a agricultura brasileira e por sua influência junto ao agronegócio.

É preciso dizer que isto chega ao ponto em que o próprio governo dá a estas empresas redução de impostos para que elas vendam mais, para que o agronegócio produza mais, e que a população se contamine mais. E não só as pessoas, é claro, pois o abuso de substâncias químicas na agricultura leva à contaminação da água na superfície e no subsolo, bem como à contaminação do próprio solo e possivelmente de animais.

Segundo o médico sanitarista Pedro Germano, 57, professor da Faculdade de Saúde Pública da Universidade de São Paulo, quem consome alimentos com resíduos de pesticidas pode sofrer de problemas hepáticos (cirroses) e distúrbios do sistema nervoso central.

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